Paramoti: 60 Anos de História
Aos 60 anos, uma pessoa já
pode se considerar idosa. Muitas histórias para contar, experiências adquiridas
durante a vida, progressos e aperfeiçoamentos.
Não é muito diferente quando é
uma cidade que tem 60 anos. A linha temporal é a mesma. Veja bem: quando nasce,
uma cidade ainda não tem muitos habitantes, é pacata e não há grandes
acontecimentos. Aos poucos, conforme vai crescendo e desenvolvendo-se, surgem
problemas, que logo serão resolvidos gerando uma certa experiência. Começam
então as mudanças: algumas boas, outras ruins, mas que no fim vêm para agregar.
Paramoti nasceu em 25 de
janeiro de 1958, tão pequenina quanto um bebê. Cresceu, desenvolveu-se e
transformou-se na cidade que hoje tanto amamos. Ainda em seus primeiros anos,
ganhou novidades: um açude, que antes seria um pontilhão, não fosse a ideia de
Honorato Feijó. Sua contribuição foi tamanha que o reservatório foi nomeado em
homenagem a sua esposa e a si próprio: Porcina + Honorato = Porcinato. Desde
então, o Açude Porcinato tornou-se um dos símbolos da cidade de Paramoti.
Ainda criança, o município
ganhou o apelido que até hoje o caracteriza: Cidade da Paz. A história deste
título começou quando Paramoti ainda era distrito de Canindé e chamava-se
Santana. Nessa época, houve uma briga entre dois irmãos que resultou na morte
de um deles. Sabendo disso, Abigael de Assis, um franciscano que por aqui
estava de passagem, fincou uma cruz onde hoje se encontra a Igreja Matriz.
Declarou então que nenhum crime de morte aconteceria no distrito enquanto a
cruz ali persistisse. Suas palavras mostraram-se verdadeiras e permanecemos
quase noventa anos sem um crime de morte.
Porém, como mudanças sempre
ocorrem no desenvolvimento de qualquer coisa, seja pessoa, animal ou até mesmo
uma cidade, a cruz bendita pelo franciscano teve de ser retirada para a
construção da principal igreja da cidade, em 1960, só retornando ao lugar de
origem 49 anos depois.
Foi nesse meio tempo que as
coisas desandaram, visto que a cidade voltou a ver a morte criminosa em 2000.
Ainda assim, o delito foi cometido por alguém que não nasceu no município,
tornando assim Paramoti não só a cidade da paz, mas também de habitantes
igualmente pacíficos.
É realmente difícil perceber o
quanto nossa cidade cresceu se não vivenciamos a época em que as luzes
elétricas acendiam-se às 18h00min para apagarem-se pouco mais que três horas
depois. Um sinal então era emitido para alertar a população sobre desligamento
do motor de energia. A partir desse horário, era tão difícil ver vivalma na rua
quanto a ponte sobre o Rio Canindé, construída apenas quando Paramoti já
chegava à juventude de 23 anos, em 1981.
Antes disso, só era possível
chegar até a área central do município atravessando o rio de canoa (na época em
que havia mais água que areia), que era conduzida por Luís Catirina. O mesmo
Luís que deu nome à Praça de Eventos, também conhecida por “praça de baixo”. E
o mesmo Luís Catirina que fazia rapaduras e era dono de um clube de festas, que
tinha maior funcionamento nos períodos de Carnaval e São João. Tão conhecido e
tão ‘festeiro’, seria quase inevitável que recebesse a homenagem de ter seu
nome posto na Praça de Eventos, onde são realizadas as tradicionais festas de
aniversário do município e do fim dos festejos de julho.
E o que não falta aqui na
Cidade da Paz é tradição. Mesmo antes do nascimento do munícipio, já eram
realizadas as festividades de Nossa Senhora Sant’Ana, que até hoje atraem não
só aqueles que aqui habitam, mas também visitantes que vêm apreciar a tradição
e o pacato clima do munícipio. Nessas épocas também são atraídos os filhos da
terra, que sentindo falta de Paramoti onde quer que estejam, vêm matar as
saudades da anciã cidade.
E são essas características de
pacatez e tradição, sem esquecer de seu povo hospitaleiro e batalhador, que nos
fazem amar com grande afeição este exemplo de Cidade da Paz. Parabéns a
Paramoti e a todos aqueles que contribuem tanto para a construção quanto para o
reconhecimento de nossa história, também auxiliando no crescimento do
município.
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